Por Umberto Canônico
Outro dia, em mais uma de minhas andanças, conversando com um comerciante sobre o atendimento dispensado pelo vendedor fiquei um tanto desconcertado quando fui informado que há mais de 10 anos ele não recebia a visita do mesmo, apesar de continuar fazendo as compras toda a semana através de contato telefônico.
Após este impacto inicial, comecei a refletir e me perguntei se eu deveria mesmo ficar assustado, afinal estamos na era dos “e-“ (e-mail, e-comerce; e-business), do gerúndio (vou estar verificando, vou estar analisando, etcrando) e somos, como consumidores, bombardeados diariamente por telefonemas e campanhas publicitárias diversas onde nos oferecem todo e qualquer tipo de produto ou serviço, independente de saberem quem somos e, o mais importante, o que necessitamos, o que queremos.
Tenho consciência de que esta é uma característica da era da informação e da informatização e não sou retrógado nem saudosista a ponto de achar que é um absurdo e nem que minha opinião contrária ira mudar alguma coisa.
O que questiono é apenas como fica a relação cliente e vendedor, afinal faz parte do papel do vendedor transmitir mensagens com informações precisas sobre seu produto e/ou serviço, de forma criativa e conectada às necessidades do cliente e não simplesmente atuar de forma robótica, repetitiva…
Pois bem, aprendi nestes anos de “janela”, que o relacionamento é fundamental para a consecução de um bom negócio e, pelo que leio, os mais famosos gurus de mercado mantêm a mesma opinião, ou seja, o face to face com o cliente é algo imprescindível (AINDA BEM…). Isso vale não somente para uma venda específica, mas, principalmente, para a captura de oportunidades que obtemos observando o ambiente, o semblante, os gestos e, principalmente, nas entrelinhas das conversas entre um e outro bom cafezinho.
Algumas pessoas devem estar se perguntando: E todo este aparato tecnológico colocado ao alcance de todos, inclusive clientes e vendedores? Não deveria minimizar a necessidade da presença?
Em minha opinião, toda essa tecnologia é adicional e complementa o conhecimento de ambos os agentes: o cliente que pode entender e buscar novos produtos e serviços que agreguem valor ou benefícios ao seu negócio e ao vendedor pela possibilidade de utilizar-se das ferramentas obtendo e armazenando informações e transformando-as em oportunidades que gerem negócios efetivos, a partir do conhecimento profundo das características e benefícios dos seus produtos/serviços que, aliados a ações ou estratégias, o permitam oferecer o valor esperado pelo cliente.
Ou seja, a modernidade permite manter a relação de confiança embasada em uma análise mais científica, a partir de dados e informações sólidas e rápidas que são fundamentais para o dinâmico e exigente mercado atual .
Bendita seja a tecnologia que hoje tem papel fundamental em nossas vidas, pois é difícil imaginar-nos sem o barulho dos teclados, internet, e-mails, facebooks, twitters, sem contar os “Is” ( Ipod,Ipad ,Ipaq,Iphone, etc). Mesmo com tudo isso, posso lhes assegurar que uma boa venda ainda requer um bom papo com um cafezinho, um firme aperto de mão e principalmente um sincero sorriso.
Umberto Canônico é consultor da Triunfo Consultoria e Treinamento.