
Por COSTACURTA
Como você define sucesso profissional? Ganhar muito dinheiro? Ser promovido a diretor? Ter fama? Ter status? Talvez uma combinação de tudo isto? Na verdade, o conceito de sucesso profissional não é igual para todos. Então, muito cuidado com a generalização. Não devemos nos espelhar em exemplos padronizados de sucesso. Somos únicos e, portanto, são também únicas as coisas que nos movem e nos motivam.
Quando sabemos quais são os nossos objetivos profissionais podemos medir o tamanho de nosso sucesso. Vejamos dois casos de sucesso no mundo contemporâneo.
Muitos devem se lembrar de Karol Josef Wojtyla. Foram 26 anos do terceiro maior pontificado da história da Igreja Católica Apostólica Romana, marcado por intensa atuação política, viagens aos cinco continentes, defesa da paz e dos direitos humanos. Ele visitou 129 países, fez campanha contra a Guerra Fria, aproximou sua igreja de outras religiões e culturas, desculpou-se pela inquisição e defendeu as liberdades individuais.
Como militante anticomunista, seu grande objetivo foi alcançado: Derrotar as ditaduras socialistas do Leste Europeu e a arrefecer a Guerra Fria.
Outro que vocês conhecem é Jack Welch. Ele entrou na GE em 1960 e transformou-se num dos mais respeitados e mais influentes líderes de negócios do mundo. Conseguiu transformar um gigante industrial em uma organização empresarial flexível. Constantemente viajava pelo mundo inteiro visitando as unidades do grupo. Aconselhava os gerentes a recompensar os funcionários bem sucedidos, mas também recomendava que fossem tolerantes com os erros.
Como militante antimediocridade, seu grande objetivo foi alcançado: Construir empresas fortes e competitivas, porque as fracas são uma carga para a sociedade. Sob sua gestão a GE tornou-se a empresa mais valiosa do mundo.
Karol Vojtyla e Jack Welch foram considerados por muitos como pessoas de sucesso. Todos dois foram responsáveis pela gestão de duas grandes entidades globalizadas. Então poderíamos dizer que a fórmula para o sucesso encontra-se em suas personalidades? Claro que não. Quando você diz a você mesmo que gostaria de ser como o fulano porque ele tem sucesso, você está personificando o sucesso. E sucesso, não tem nome. O sucesso não reside na pessoa ou na posição que ocupa. O sucesso reside no alcance dos objetivos profissionais.
Porém, quando falamos de felicidade profissional, aí talvez os dois exemplos que tenha mencionado aqui sejam antagônicos. Karol Vojtyla acreditava que nenhum sucesso profissional justificaria o insucesso familiar. Jack Welch, por sua vez, dizia que este negócio de balancear a vida profissional com a vida pessoal é balela. O executivo tem que escolher um ou outro.
Olhe bem. Um dos homens mais ricos do mundo, o mexicano Carlos Slim, reúne, às segundas-feiras, religiosamente, sua família em sua casa para um jantar. Ele disse que a felicidade existe quando se têm claros seus valores e quando você é coerente com eles. Quando perguntado se dinheiro traz felicidade, emendou: "Dinheiro não traz felicidade. Mas ganhar dinheiro sim, traz felicidade".
Ou seja, não é o resultado, mas sim o processo de ganhar dinheiro que o deixa feliz. Enfim, duas perguntas: Posso ter sucesso profissional e não ser feliz? A resposta é sim. Posso ser infeliz e ter sucesso profissional? A resposta também é sim.
Pense nisto!
Alexandre Freire
Consultor Sênior do Instituto MVC,
Autor do livro "Inevitável Mundo Novo - O Fim da Privacidade"
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